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terça-feira, 19 de março de 2013

Cardeal João Braz de Aviz



Este email foi enviado do site da ZENIT nportoalegre@gmail.com.
Entrevista com o Cardeal Dom João Braz de Aviz sobre o novo Papa.

Card. João Braz de Aviz: "Nós não tivemos nenhum momento de acirramento, de tensão interna..."

“Agente não tem dentro do conclave essa disputa de partes, como muitas vezes a imprensa coloca, ou essas tensões de grupos que servem a esse grupo ou àquele grupo... há essas diferenças que nós temos na nossa constituição e nas convicções também, mas há um profundo senso de comunhão”, disse Dom João, e foi esse senso de comunhão que lhes permitiu escolher um novo Papa em tão pouco tempo.
Para escutar a gravação direto da Rádio Vaticano pode acessar esse link. Abaixo publicamos a transcrição que a redação de ZENIT disponibiliza para os seus leitores.
*** 
RÁDIO VATICANO: Dom João, os senhores fizeram uma escolha muito bonita e realmente isso constitui uma novidade. Agente tem pela primeira vez um papa latino-americano, um papa de fora da europa depois de doze séculos e isso pra gente é uma grande alegria ver. Poderia contar para gente alguma coisa sobre isso?
Brevidade do conclave
Dom João: Bom, nós que tivemos esses poucos momentos juntos ficamos muito felizes de que o Conclave foi bastante rápido, bem parecido do que foi também da eleição do Papa Bento XVI. Em apenas um dia e meio nós conseguimos assim, pensar esse perfil, pensar um pouco para a Igreja, nesse momento atual, essa pessoa com a imensa graça de Pedro, de poder ser o ponto de unidade de toda a Igreja e nos conduzir realmente a Cristo, nos conduzir ao Pai e ao Filho e à Trindade Santíssima.
Docilidade ao Espírito Santo
E agente então, pensou realmente em estar disponível para aquilo que o senhor queria dizer para nós. Isso foi uma das notas do Conclave. Nós não tivemos nenhum momento de acirramento, de tensão interna... tivemos sim, ideias diferentes, tivemos momentos de escolha que estávamos fazendo em direções diferentes, mas sempre com o desejo de acertar e no momento em que o nome do cardeal Bergoglio começou então vir à tona, nós começamos a sentir que talvez seria o momento para essa escolha, que é uma escolha nova.
Comunhão dos cardeais
Mas, agente percebeu também nos cardeais que são aqui da Europa essa sensibilidade. E isso pra nós foi muito bonito porque agente não tem dentro do conclave essa disputa de partes, como muitas vezes a imprensa coloca, ou essas tensões de grupos que servem a esse grupo ou àquele grupo... há essas diferenças que nós temos na nossa constituição e nas convicções também, mas há um profundo senso de comunhão, e isso permitiu que nós, logo logo nos identificássemos com o nome do Papa Francisco.
Alegria: Deus conduz a Igreja
E foi então uma alegria muito grande. Ontem mesmo quando agente o cumprimentava, o abraçava, esse sentimento de alegria profunda, de ver que Deus conduz a Igreja, que Deus tem um lugar onde Ele se manifesta de modo particular, é ali nesse conclave, seguramente, se nós, naturalmente, cardeais, nos abrimos a isso.
Clima de oração
Foi num clima de muita oração. Foi também acompanhados de uma Igreja que rezava, e isso nos impressionou muitíssimo. Vieram notícias de várias partes do mundo de que muita, muita gente estava rezando, e esse é um patrimônio escondido que ninguém pode medir o tanto que foi importante para o nosso conclave, de modo que nós estamos realmente muito felizes. Ontem se via no jantar que fizemos com o Papa aqui na Domus Marie, com os cardeais todos juntos, uma alegria imensa.
Eu penso que será um momento muito belo para a Igreja do Brasil, para a Igreja da América Latina e também para a Igreja de todo o mundo.
RÁDIO VATICANO: Aqueles primeiros gestos, Dom João, de um Papa simples, moderado, uma pessoa assim que agente quase se identifica imediatamente com ele. Agente pode pensar numa Igreja com um olha mais latino-americano, mais profética?
Igreja Simples
Dom João: Eu diria sim e nesse momento, uma Igreja que vai, como já desejava o Papa Bento XVI, uma Igreja que vai na direção de uma simplicidade maior, de uma fraternidade maior. E eu acho que aí será justamente na base desse testemunho evangélico, pois é sobretudo isso que conta. Esse testemunho do Evangelho, esse amor aos pobres, esse estar perto, como irmãos, uns dos outros, não excluindo ninguém, criando fraternidade... Eu acho que a Igreja deverá caminhar muito pra isso. Aqui também, a cúria Romana, deverá caminhar muito pra isso. E agora há uma esperança assim muito concreta de que isso se acelere muito mais e nos deixa muito felizes.
Agradecer
Não só agradecer a todo mundo que rezou, mas sobretudo agente pensa agora de modo particular no Brasil, mas também em todos os outros países, e agradecer também essa Igreja que manifesta nesses momentos tanto da renúncia de Bento XVI, como agora da posse do Papa Francisco, essa atitude tão profunda de estar perto.
Bento XVI
Eu via nos olhos de Bento XVI, por exemplo a alegria de ver aquela praça que ecoava com ele e ontem à noite a mesma coisa com Francisco. Então, essa é a Igreja de Deus que dá esperança, que faz agente pensar que Deus está agindo e pra nós, então, isso é uma benção e que Deus abençoe cada um de vocês que caminhou conosco.
[Fonte: Rádio Vaticano/Transcrição ZENIT]

Papa reza junto à tumba de São Pedro

O papa telefona pessoalmente ao Mestre Geral dos Jesuítas



PAPA FRANCISCO SURPREENDE E TELEFONA PESSOALMENTE AO GERAL DOS JESUÍTAS
Notícia enviada pelo Pe. Cláudio Barriga SJ, diretor mundial do Apostolado da Oração, direto de Roma:

"Hoje de manhã, às 10:15h, o Papa ligou para nossa casa para saudar ao Pe. Geral. Ligou pessoalmente, não por meio de um secretário. O porteir...o atende, dizem que é uma ligação da residência Santa Marta e escuta uma voz serena e suave: “Buon giorno, sono il Papa Francesco, vorrei paralare con il Padre Generale”. (Bom dia, sou o Papa Francisco, gostaria de falar com o Padre Geral). O porteiro quase respondeu “e eu sou Napoleão”, mas se conteve. Respondeu secamente: “Da parte de quem?” O Papa entendeu que o nosso jovem porteiro não estava acreditando, e repete docemente: “Não, é verdade, sou o Papa Francisco… E você, como é seu nome?” Desde a eleição do Papa o telefone de nossa casa toca a cada dois minutos, muita gente telefona, inclusive pessoas desequilibradas. A esta altura o porteiro responde com voz titubeante, dando-se conta do seu erro e quase se desvanecendo: “Meu nome é André”. O Papa: “E aí, André, como vai?” Resposta: “Vou bem… Desculpe, só estou um pouco confuso”. O Papa lhe diz: “Não se preocupe. Por favor, gostaria de falar com o Padre Geral, queria agradecer a bonita carta que ele me escreveu”. O Porteiro: “Desculpe, Santidade, vou pasar a ligação”. O Papa: “Não tem problema, espero o tempo que for preciso”.

O porteiro passa a ligação para o celular do Irmão Afonso, secretário pessoal do Padre Geral (NR: e brasileiro). E a conversa segue:
Afonso: “Alô!”
Papa: “Com quem estou falando?”
Afonso: “Afonso, secretário pessoal do Padre Geral”.
Papa: “Eu sou o Papa. Gostaria de falar com o Padre Geral, para agradecer a bonita carta que me enviou” (Tudo isso em italiano).
Afonso responde com serenidade: “Sim, um momento”.
Nosso bom irmão levanta-se e caminha incrédulo para a sala do Padre Geral, ao lado da sua, enquanto segue a conversa. Diz: “Santo Padre, parabéns por sua eleição, aqui estamos todos muito felizes pela sua nomeação, estamos rezando muito pelo senhor!”
Papa: “Rezando para que eu vá para a frente ou para trás?”, brinca o Papa.
“Naturalmente, para a frente”, responde Afonso, enquanto caminha. O Papa responde com uma risada espontânea.
 Aturdido com a situação, o irmão nem se lembrou de bater à porta da sala do Padre Geral, que o olhou, com surpresa. Afonso estendeu a mão com o celular e disse ao Padre Geral, olhando-o nos olhos: “O Papa”.
 Não sabemos os detalhes da conversa, mas o Papa agradeceu muito e muito cordialmente ao Padre Geral por sua carta. O Geral lhe disse que gostaria de encontrar-se com ele para cumprimentá-lo. O Papa lhe respondeu que vai pedir ao seu secretário para providenciar que isto possa acontecer o mais rápido possível"

Uma megacobertura da Igreja, por CARLOS ALBERTO DI FRANCO


IGREJA, UMA MEGACOBERTURA

Carlos Alberto Di Franco
Uma megacobertura. Não há outra palavra para definir o volume de informação a respeito da Igreja Católica. A surpreendente renúncia de Bento XVI, os bastidores do conclave, o impacto da eleição do primeiro pontífice da América Latina e a próxima Jornada Mundial do Juventude, encontro do papa Francisco com os jovens, em julho no Rio de Janeiro, puseram a Igreja no foco de todas as pautas.
A cobertura do Vaticano é um case jornalístico que merece uma análise técnica. Algumas patologias, evidentes para quem tem olhos de ver, estiveram presentes em certas matérias da imprensa mundial: engajamento ideológico, escassa especialização e preparo técnico, falta de apuração, reprodução acrítica de declarações não contrastadas com fontes independentes e, sobretudo, a fácil concessão ao jornalismo declaratório.
Poucos, por exemplo, aprofundaram no verdadeiro sentido da renúncia de Bento XVI e na qualidade de seu legado. O papa emérito, intelectual de grande estatura e homem de uma humildade que desarma, sempre foi julgado com o falso molde de um conservadorismo exacerbado.
Mas, de fato, foi o grande promotor da implantação do Concílio Vaticano II, o papa que mais avançou no diálogo com o mundo islâmico, o pontífice que empunhou o bisturi e tratou de rasgar o tumor das disputas internas de poder e o câncer dos desvios sexuais.
Sua renúncia, um gesto profético e transgressor, foi um ato moderno e revolucionário. Bento XVI não teve nenhum receio de mostrar ao mundo um papa exausto e sem condições de governar a Igreja num período complicado e difícil. Foi sincero. Até o fim.
Ao mesmo tempo, sua renúncia produziu um vendaval na consciência dos cardeais. A decisão, inusual nas plataformas de poder, foi a chave para o início da urgente e necessária reforma da Igreja. O papa emérito, conscientemente afastado das bajulações e vaidades humanas e mergulhado na sua oração, está sendo uma alavanca de renovação da Igreja.
Nada disso, no entanto, apareceu na cobertura da mídia. Faltou profundidade, análise séria, documentação. Ficamos, todos, focados nos boatos, nas intrigas, na ausência de notícia. Falou-se, diariamente, do relatório dos cardeais ao papa emérito denunciando supostos escândalos no Vaticano. Mas ninguém na mídia, rigorosamente ninguém, teve acesso ao documento.
Os jornais, no entanto, entraram de cabeça no mundo conspiratório. Suposições, mesmo prováveis, não podem ganhar o status de certeza informativa.
Escrevia-me, recentemente, um excelente jornalista. Acordei hoje cedo, li os jornais e me perguntei: sou só eu a me indignar muito com a proliferação de "informações" inverificáveis, oriundas de fontes em off the record ou de documentos "sigilosos" sobre os quais não há nenhum outro dado que permita verificar sua realidade e consistência?
Ninguém se questiona sobre tantos "furos" "obtidos" por jornalistas que escrevem à distância "reportagens" tão nebulosas, redigidas em uma lógica claramente sensacionalista? Ninguém mais se preocupa com a checagem de informações, com a credibilidade das fontes? Assino em baixo do seu desabafo.
A enxurrada de matérias sobre abuso sexual na Igreja é outro bom exemplo desses desvios. Setores da mídia definiram os abusos com uma expressão claramente equivocada: “pedofilia epidêmica”. Poucos jornais fizeram o que deveriam ter feito: a análise objetiva dos fatos. O exame sereno, tecnicamente responsável, mostraria, acima de qualquer possibilidade de dúvida, que o número de delitos ocorridos é muitíssimo menor entre padres católicos do que em qualquer outra comunidade.
O conhecido sociólogo italiano Massimo Introvigne mostrou que, num período de várias décadas, apenas 100 sacerdotes foram denunciados e condenados na Itália, enquanto 6 mil professores de educação física sofriam condenação pelo mesmo delito.
Na Alemanha, desde 1995, existiram 210 mil denúncias de abusos. Dessas 210 mil, 300 estavam ligadas ao clero, menos de 0,2%. Por que só nos ocupamos das 300 denúncias contra a Igreja? E as outras 209 mil denúncias? Trata-se, como já afirmei, de um escândalo seletivo.
Claro que alguns representantes da Igreja –padres, bispos e cardeais - têm importante parcela de culpa. Na tentativa de evitar escândalos públicos, esconderam um problema que é inaceitável. Acresce a tudo isso o amadorismo, o despreparo e a falta de transparência da comunicação eclesiástica.
O novo pontífice precisa enfrentar a batalha da comunicação. E dá toda a impressão de que o papa Francisco está decidido a estabelecer um diálogo direto e produtivo com a imprensa. O desejo de se reunir com os jornalistas na grande sala de audiência Paulo VI foi muito sugestivo.
A Igreja, com sua história bimilenar e precedentes de crises muito piores, é um fenômeno impressionante. E, obviamente, não é um assunto para ser tocado com amadorismo, engajamento ou preconceito. A má qualidade da cobertura da Igreja é, a meu ver, a ponta do iceberg de algo mais grave.
Reproduzimos, frequentemente, o politicamente correto. Não apuramos. Não confrontamos informações de impacto com fontes independentes. Ficamos reféns de grupos que pretendem controlar a agenda pública. Mas o jornalismo de qualidade não pode ficar refém de ninguém: nem da Igreja, nem dos políticos, nem do movimento gay, nem dos funtamentalistas, nem dos ambientalistas, nem dos governos. Devemos, sim, ficar reféns da verdade e dos fatos.
Há espaço, e muito, para o bom jornalismo. Basta cuidar do conteúdo e estabelecer metodologias e processos eficientes de controle de qualidade da informação.



Ao pessoal da Basílica uma saudação mais carinhosa.

Papa Francisco saúda um enfermo pessoalmente

Missa Inaugural do Pontificado de Fraqncisco

Leonardo Boff e o novo Papa