Palavra de Vida – julho de 2013
“Toda
a lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’”. (Gl 5,14; cf. Lv 19,18)
Essa
frase é de Paulo, o Apóstolo: frase breve, estupenda, lapidar, clarificadora.
Ela
nos indica qual deve ser a base do comportamento cristão, aquilo que deve
inspirá-lo sempre: o amor ao próximo.
O
Apóstolo vê na prática desse mandamento a plena atuação da lei. Com efeito, a
lei manda não cometer adultério, não matar, não roubar, não desejar... E sabemos
que aquele que ama não faz nada disso: não mata, não rouba...
“Toda
a lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’”.
Todavia,
a pessoa que ama não só evita o mal. Quem ama se abre aos outros, deseja o bem,
pratica o bem, sabe doar-se: chega a dar a vida pela pessoa amada.
Por
isso Paulo escreve que, amando o próximo, não só se cumpre a lei, mas se cumpre
“toda a lei”.
“Toda
a lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’”.
Se
toda a lei está contida no amor ao próximo, precisamos ver os outros
mandamentos como meios para nos iluminar e guiar a fim de sabermos encontrar,
nas complexas situações da vida, o caminho para amar os outros; precisamos
saber descobrir nos outros mandamentos a intenção de Deus, a sua vontade.
Ele
quer que sejamos obedientes, castos, mortificados, mansos, misericordiosos,
pobres... para concretizarmos melhor o mandamento da caridade.
“Toda
a lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’”.
Poderíamos
nos perguntar: por que o Apóstolo não fala também do amor a Deus?
O
fato é que o amor a Deus e o amor ao próximo não competem entre si. Um deles, o
amor ao próximo, é até mesmo expressão do outro, do amor a Deus. Com efeito,
amar a Deus significa fazer a sua vontade. E a sua vontade é que amemos o
próximo.
“Toda
a lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’”.
Como
colocaremos em prática essa Palavra?
É
evidente: amando o próximo; amando o próximo de verdade.
Isso
significa: doar-se, mas doar-se a ele de modo desinteressado.
Não
é amor instrumentalizar o próximo por objetivos próprios, ainda que estes sejam
os mais espirituais, como por exemplo, a própria santificação. Devemos amar o
próximo, não a nós mesmos.
Porém
não resta dúvida de que, quem ama dessa maneira, chega realmente à santidade;
torna-se “perfeito como o Pai”, porque realizou a melhor coisa que podia fazer.
Atuou de modo certeiro a vontade de Deus, colocou-a em prática: cumpriu toda a
lei.
Porventura
no fim da vida não seremos examinados unicamente sobre esse amor?
Chiara Lubich
Este comentário à Palavra de
Vida foi publicado originalmente, em junho de 1983.