A Internet é um bem comum
Sony/BComum/CAMS/Artigos. Carlos Aurélio Mota de Souza,
CM, 19 05 14
Não importa quantas pessoas ou empresas tenham lucros, muitas vezes
milionários, com a oferta de serviços pela Internet[1].
Assim como o rádio e a telefonia, os serviços prestados na web têm relevância
pessoal, local e internacional que ultrapassam os limites dos cálculos humanos.
A imediatidade de transmissão de mensagens não depende da quantidade ou
conteúdo dos dados, sejam textos, fotos ou filmes, nem tão pouco do número de
destinatários. Sua resposta é quase instantânea, haja vista na hipótese de
endereços errados, devolvidos em segundos pelo provedor.
São incalculáveis os benefícios desta invenção para as comunicações,
suas aplicações científicas, culturais e comerciais. Os sites ou portais
substituíram as agendas telefônicas de localização de pessoas, obras culturais,
teatros, lojas comerciais.
As ferramentas de pesquisas evoluíram rapidamente, presentes em
diferentes línguas, tornando-se gigantescos repositórios de conhecimentos. Não
apenas as comunicações pessoais se multiplicaram, como o comércio eletrônico
vem desfrutando benefícios incalculáveis. Poder-se-ia dizer que a internet semelha-se
a um grande templo universal, ao qual os homens se dirigem para seus pedidos e
são atendidos com precisão.
E os comparamos às orações que os mesmos homens dirigem com fé ao seu
Deus buscando a solução de seus problemas, sem saber se serão ouvidos. Creem na
comunicação pela web, mas nem sempre creem no que pedem em orações. Ora, se a internet
é obra do gênio humano, criado por Deus, este é Senhor da internet, pois os
cientistas nada inventaram se antes já não existisse na mente divina, criador
de todas as coisas.
O bem comum se caracteriza pela
unidade que prepondera entre todo grupo de pessoas, desde a família, as comunidades,
as empresas, até atingir as nações e as organizações mundiais dos povos.
Todos os homens e mulheres almejam a sua felicidade, viver bem em comum
com os membros de sua entidade, em que prevalece a benquerença, o amor
recíproco, a ajuda mútua, a solidariedade, a fraternidade, enfim. E estes são
os ideais do bem comum, muito embora tenhamos de conviver com desgraças, inimizades,
malquerenças, e até com guerras fratricidas.
Ainda que haja o mal, que aparece, o bem invisível sempre o supera. O
sol nasce e as chuvas caem para maus e bons, justos e injustos[2],
porque o bem não discrimina, antes procura amoldar os corações e as mentes à
prática do amor.
Assim se constrói e se alcança o bem comum, em escalas sucessivas desde
as células familiares às constelações internacionais de povos, em relações de
fraternidade, com práticas solidárias e subsidiárias.
Os homens convivem e estão presentes
em todos os níveis do bem comum, pois ninguém vive só para sua família, mas sua
pertença é no trabalho profissional, na vida política e econômica, nas
instituições pátrias e supranacionais. O homem, enfim, sendo um cidadão do mundo,
e vivendo no planeta, é também responsável por um bem comum maior, do qual depende
integralmente, o meio ambiente, com todos os bens naturais que nele vivem.