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sábado, 1 de junho de 2019

Histórias de Verdade - 02 - A APOSTA

Histórias de Verdade 


Nota prévia do autor: as histórias que relato neste ensaio são verídicas e fazem parte de minha vida, que irei contando na medida em que vou me lembrando dos fatos. Mudarei nomes e locais.
Qualquer semelhança que porventura aparecer na imaginação de quem ler será mera aparência.
Espero que estas histórias possam trazer alguma reflexão aos leitores ...
Vamos lá!


2. A APOSTA


De tardinha, saindo do escritório, perguntei ao Ari se queria alguma coisa de Brasília, eis que eu iria lá no dia seguinte.

“Não, obrigado! O que é que você vai fazer lá”? Indagou-me.

Vou pegar uma isenção do depósito compulsório para viagem, aliás para umas quarenta pessoas que deveríamos ir juntas a um congresso na Itália.

O que?  Você está louco? 

“Se você conseguir eu faço vinte assinaturas daquela "sua" revista Cidade Nova
Isso é impossível!”

Respondi-lhe que estava valendo a aposta e que ele haveria de cumpri-la.

Estávamos no primeiro semestre de 1977 e o país sob uma administração militar severa, dita em ritmo de abertura pelos noticiários conhecidos, na tutela do General Gaspar, luterano de boa cepa.

Chegando em Brasília, bati no funcional apartamento do Dr. Félix, então membro do Ministério Público Federal Militante, de boas entradas nos palácios da época e que, por sinal, ainda são os mesmos de hoje!

O elo que nos unia era pertencermos a entidades católicas diversas que seguiam os ensinamentos da Maria de Nazaré, mas com enfoques e detalhes particulares que chegassem finalmente ao seu Filho. 
A turma dele tinha por princípio chegar a Ele, através Dela e a meta da minha turma era busca de uma reunião de todo mundo numa coisa querida pelo Filho:  a Unidade das pessoas.

O cearense que governara seu estado, Arduino Procópio era o Ministro da Justiça e então fomos a ele. Recebeu-nos em seu Gabinete um coronel à paisana, elegante e simpático que nos informou de antemão que nosso pedido não poderia ser atendido. Só tinham direito à isenção do depósito compulsório de mil dólares para viagem ao exterior os padres, pastores, rabinos... Enfim somente quem fosse dedicado profissionalmente à vida evangélica! 

Disse-me o coronel, após ler minha petição ao ministro: “Vocês não são ministros religiosos, são, vejam aqui, professores, advogados, médicos etc.”
Ao que retruquei: “mas iremos em missão apostólica, evangélica, não vamos fazer turismo; não precisaremos e nem gastaremos dinheiro lá, nossos amigos nos recepcionariam!”

Disse-nos que somente iria levar o pedido ao Senhor Ministro em consideração ao Dr. Félix, ilustre amigo seu.

“Não falei? O pedido foi indeferido! Voltou, após uns minutos lá dentro.   

Perguntei se haveria algum tipo de recurso e ele me informou que poderia usar a máquina de datilografia que havia na sala para recorrer ao próprio ministro e assim eu fiz.

Novamente retorna do gabinete o coronel e nos dizendo:

“Olha, eu entendo disso. Sou da Ordem Terceira de São Francisco, você nunca poderia viajar como missionário ainda que seja para um congresso religioso” e ponto final!

Desiludido, ainda assim não perdi a esperança. Tornei a amolar o tal coronel e então lhe perguntei se haveria ainda algum tipo de recurso ao que me respondeu laconicamente que somente o Presidente da República poderia resolver eis que seria a última instância para o assunto.

Pensei, e evidentemente que não falei nem para meu amigo Félix:

“Tá bom; se o povo fala que o Presidente Gaspar é duro na queda, então nós também o somos e não desistimos...Ele vai resolver o assunto para nós! Vai deferir nosso pedido. Ele é luterano, portanto muito evangélico e o pedido é para que possamos ter condições de ir à Itália sem a necessidade do depósito da importância correspondente aos mil dólares que ficariam retidos por seis meses, sem o que não teríamos condições de viajar. Afinal deveríamos ir a um congresso da ”Obra de Maria” (o movimento ao qual pertencíamos os quarenta e seis pretensos missionários) e Maria é a Mãe do Verbo, a Mãe daquele que dita, que fala, que manda e por cuja existência se escreveu o Evangelho. Se o Presidente é evangélico haverá de entender nossa necessidade evangélica.”

Saí confiante e retornamos ao apartamento do Dr. Félix, ocasião em que a convite de meu anfitrião rezamos um rosário completo, andando pra lá e pra cá em sua grande sala de visita. 

Quanto telefonei para o Salim, da coordenação do nosso Movimento lá em São Paulo e contei-lhe de minha pretensão de ir ao Presidente da República na segunda-feira seguinte, surpreso com minha iniciativa, disse-me para ir antes a São Paulo e que conversássemos e ele entendesse o que estava se passando, em detalhes.

Interessante que, o chegar sábado pela manhã na sede de nosso Movimento no interior de São Paulo, o primeiro que vi foi o João Batista de BH, ao qual eu dissera que não iria à reunião naquele dia, já anteriormente programada, porque tinha resolvido ir a Brasília ver o assunto do depósito compulsório. 
Ele se admirou com meu aparecimento porque sabia que eu tinha ido a Brasília. Então expliquei o assunto e que estava ali para estudar o caso com nossos dirigentes.

O sábado inteiro e parte de domingo ficamos ali trocando ideias e resolveu-se que eu não retornaria a Brasília e que Salim e Enzo iriam pessoalmente, naquela segunda-feira e com a ajuda do Dr. Félix, falar com o Presidente.

E foram os três, todos com o liame mariano, inclusive o Dr. Evaristo, Secretário do Ministro da Casa Civil do Palácio do Governo Federal, companheiro de Félix nas incursões em fins-de-semana na vizinha Ceilândia, como Congregados Marianos.

Petição na mão, Enzo e Salim, guiados por Félix, chegaram ao Gabinete do Senhor Ministro Gilberto Ricardo.

O Dr. Evaristo disse ao Dr. Félix que somente falaria com o Ministro devido à longa amizade com ele e, pegando papel, entrou. Uns minutinhos e veio Ministro Gilberto com a petição na mão e dizendo rápido que somente iria levar o pedido a Sua Excelência o Presidente porque era pedido do Dr. Félix mas que não esperassem nada porque sabia que aquilo não era possível.

Em coisa de dez minutos abre-se a porta da Presidência e sai o Ministro Gilberto, com o papel na direita e com a mão esquerda coçando a cabeça... 

Entrega-o ao Dr. Félix e diz, perplexo:

Não estou entendendo mais nada!

E vejam, meus amigos, estava datilografado no cabeçalho da petição e assinado por nosso saudoso luterano mor:

“AUTORIZO, EM CARÁTER EXCEPCIONAL, VEDADA A COMPRA DE MOEDA ESTRANGEIRA. (a) Gaspar Rigoberto”

MARIA articulara tudo silenciosamente em seu coração, na simbiose de seus seguidores sob os lemas “Ad Jesum per Maria”(Congregados Marianos) e “Ut unum sint”(Obra de Maria).

Dali foi um corre-corre para que se entregasse a autorização para cada um de nós que iríamos a Roma, espalhados por todo o Brasil.

O Ministro Gilberto manda a ordem a Miguel Simoni, Ministro da Fazenda, que a repete ao Presidente do Banco Central, Delano Vetusto, que determina ao banco a expedição das autorizações individuais que foram entregues todas em São Paulo, ao nosso Salim.

Este e mais outros dos nossos paulistas correram para os aeroportos e rodoviárias e pediam a cada passageiro de partida para os diversos cantos do país que entregassem a uma pessoa que os procuraria em suas chegadas e que se identificariam com uma revista na mão: “Cidade Nova”.

De Minas Gerais somente eu e o Cláudio iríamos e eu fui de madrugada, às quatro da manhã, na estação da empresa Cometa, na Cidade Industrial, onde faziam a troca dos motoristas que vinham de longe e os que aqui residiam, que melhor chegariam à rodoviária, descansados que estariam.

Logo que abriu a porta o motorista desceu e já veio me perguntando se eu era o Otaviano eis que, para ele e para os demais portadores de nossas autorizações, Salim e os nossos haviam declinado os nomes de quem estaria recebendo nossa preciosa dispensa do para nós impossível depósito compulsório!

Gente, era uma sexta-feira e na segunda seguinte deveríamos já estar em São Paulo, para nos reunirmos com os demais dali para seguirmos no dia seguinte e juntos no voo mais barato da época, da Royal Air Maroc, que estava inaugurando a linha para a Europa a preços bem acessíveis.

Para se tirar um passaporte naquela época, agosto de 1.977, a burocracia nos fazia esperar pelo menos 15 (quinze) dias.

Não tomara a providência a tempo e hora porque simplesmente não imaginava poder ir devido ao danado do depósito dos mil dólares!

Pensei: “Se Maria havia convencido o coração de nosso Presidente a conceder-nos a isenção do depósito, a questão do passaporte seria coisa fácil para ela.”

Tinha acabado de chegar da garagem da Cometa na Cidade Industrial e fui ainda pela manhã, ao centro“para achar uma solução", guiado por uma intuição qualquer, sem explicação.

Estava a pé, descendo a Rua Guajajaras em direção à Rua da Bahia, onde havia o cinema Metrópole e ia pensando num conhecido meu que trabalhava no DOPS, mas não sabia seu nome direito e muito menos ainda onde morava...

Exatamente na mesma hora em que assim pensava não é que eu o vi na minha frente, sentado numa cadeira dum engraxate de sapatos!?

Foi ele quem me chamou pelo nome e perguntou-me o que eu estava fazendo ali naquela hora em que deveria estar no trabalho!

Respondi que estava justamente pensando nele porque precisava de um favor muito importante... Os passaportes! E expliquei-lhe resumidamente a história de nosso congresso na Itália.

Na maior calma do mundo disse-me: “passa lá às duas horas porque todos os que precisam autorizar e assinar estarão ali reunidos para o início do expediente, hora boa.”

Chegamos eu e o Cláudio, no DOPS, às 13:55 hs. e logo vi meu amigo e lhe entreguei os meus documentos e aqueles do Cláudio.
Quinze minutos após volta-me o cidadão com os dois passaportes prontinhos na mão! Que loucura ...

Vocês acreditam que a coisa transpirou e no referido congresso, à frente de quinhentos participantes, cem europeus e quatrocentos estrangeiros, dentre os quais cem brasileiros, tive que contar a experiência da isenção do depósito, o que nos permitiu estarmos ali presentes. A coisa repercutiu fortemente eis que na Europa falava-se abertamente a respeito da situação política no Brasil, sem a censura aqui existente à época. 

Mas voltemos um pouquinho, e a aposta com meu colega Ari?
Pois bem, eu escolhi vinte nomes dentre os parentes dele e de Desembargadores nossos conhecidos e mais ligados a ele. Fiz as assinaturas da revista “Cidade Nova,” paguei-as e fui ao acerto mensal de contas do escritório.

“Que história é essa desse monte de assinaturas de revistas ... 

“Cidade Nova”?

Não acredito, é impossível que tenha conseguido a dispensa do depósito!” 

Exclamou meu colega Ari, muito espantado.

Apresentei-lhe a cópia do despacho presidencial de Sua Excelência General Gaspar Rigoberto e ele me disse:

“É, meu amigo, você faz milagres”.

ACOLHER O ESPÍRITO DE DEUS NO NOSSO CORAÇÃO

Bom dia !  

01 de junho de 2019

ACOLHER O ESPÍRITO DE DEUS NO NOSSO CORAÇÃO

Ter o Espírito Santo em nós é um dom de Deus e nós devemos estar prontos para recebê-lo. Não podemos determinar quando ou como o vamos receber.
Ele se manifesta no coração de quem ama. No coração de quem ama Deus, não com um amor vago, platônico, mas com um amor concreto que reconhece a Sua presença em cada próximo.
Portanto: desejar recebê-lo, pedir insistentemente a sua assistência, fazer a vontade de Deus amando sempre. Esses são os requisitos básicos para ter o Espírito de Deus no nosso coração.
Estar pronto para acolhê-lo como, quando e onde Ele quiser.
Façamos a nossa parte escutando e vivendo a sua Palavra. Assim, receberemos o seu poder no nosso coração, para sermos suas testemunhas.

Abraços,
Apolonio Carvalho Nascimento

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