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terça-feira, 25 de junho de 2019

Boa tarde !  

25 de junho de 2019

SOLUCIONAR AS DIFICULDADES POR MEIO DA CONFIANÇA EM DEUS

Quem tem confiança em Deus, já tem a solução de todas as dificuldades.
Como um reflexo da confiança que depositamos em Deus, adquirimos confiança em nós mesmos e aprendemos a confiar também nos outros. Por exemplo: gerir qualquer tipo de atividade de modo participativo com os colaboradores e interagindo com o público à qual ela é dirigida.
Deus confiou primeiro em nós, seres humanos, quando nos confiou toda a criação. Ele nos deu o domínio sobre todos os outros seres e sobre todos os elementos da natureza.
Mesmo diante de todos os danos causados pelo ser humano, Deus ainda confia em nós e espera que através de nós aconteça não só a correção dos erros cometidos, mas também a redenção de todo o cosmo.
Depositemos uma confiança total em Deus, uma fé sem limites, e assim todas as nossas dificuldades, individuais e coletivas, terão solução.

Abraços,
Apolonio Carvalho Nascimento

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Nota prévia do autor: as histórias que relato neste ensaio são verídicas e fazem parte de minha vida, que irei contando na medida em que vou me lembrando dos fatos. Mudarei nomes e locais.
Qualquer semelhança que porventura aparecer na imaginação de quem ler será mera aparência.
Espero que estas histórias possam trazer alguma reflexão aos leitores ...
Vamos lá!


3. O Menino e os Passaportes


Estava na sala de audiências, eu Juiz de Direito, ao lado do Doutor Promotor, preparando um processo, quando ouvi gritos de criança.

Perguntei ao Promotor se sabia o que era aquilo e me respondeu que era um menino que a PM havia encontrado dormindo num banco de praça pública e que estava sendo trazido ao fórum.

Bem, eu lhe disse: a Constituição preconiza prioridade absoluta ao menor, especialmente menor de rua. 

Disse ao ilustre representante do Ministério Público que a próxima audiência que aguardasse porque eu iria olhar esse menino. Sai da sala e o vi, seguro pelo braço por um policial militar, debatendo-se na tentativa de soltar-se.

Dispensei o militar e chamei o menino, dei-lhe a mão e fomos ao meu gabinete.

Mostrei-lhe uma máquina de escrever, e perguntei se conhecia e comecei a lhe explicar como mexer nela. Introduzi o papel e lhe mostrei as letras e como deveria bater os dedos, datilografar.

Ficou muito curioso e aí fui-lhe fazendo despretensiosas perguntas que foram respondidas calmamente. Explicou-me que vinha do Rio de Janeiro, que estudava num grupo da Cidade de Deus; que, aproveitando a distração do pessoal da rodoviária, entrou num ônibus e veio parar na cidade vizinha de nossa comarca, distante 18 quilômetros e dali veio vindo, caminhando... Chegou muito tarde e com muito sono e dormiu num banco na praça.

Peguei o catálogo, eis que não tinha condições técnicas de valer-me do Dr. Google, informático sabichão, e pedi informações à telefonia do Rio de Janeiro.

Liguei para a escola cujo número me foi fornecido... Não era ali mas deram-me o número da outra escola existente no bairro. Telefonei e era aquela mesmo. O menino estava desaparecido há uma semana e a professora ficou realmente feliz ao saber do paradeiro, informando o número do telefone do local de trabalho da mãe do garoto. 

Atendeu de um restaurante e eu pedi que chamasse a dona Maria, mãe do menino perdido, que veio ao telefone. Não acreditou, mesmo que eu tivesse me identificado como juiz de menores ... Desligou incrédula!

Passados uns minutos a escrivã transfere-me chamada interurbana do Rio. Atendo e era novamente a mãe do garoto que estava confirmando a autenticidade da notícia, porque já tinha ido a jornais, rádios, ao “Ratinho” apresentador de programas na TV e nada! Daí disse-me que tinha uma irmã na cidade vizinha, para quem telefonei e ela chegou com o marido quarenta minutos após!

Lá se vai o garoto feliz da vida com os tios, depois que regularizei a história toda num processo especial, sumário, rapidinho, para que tudo ficasse registrado no Fórum. O referido promotor ficou admirado com a solução do problema do menino que havia dormido na praça e que vinha chorando nas fortes mãos do zeloso policial militar.

Ora, naquela ocasião eu tinha o desejo de ir aos EE.UU. da América, em passeio com minha esposa e aquele povo exige um visto especial em nossos passaportes brasileiros, não sei bem por qual ou quais razões! Para tanto deveria ir ao Rio de Janeiro, local mais próximo para resolver o assunto.

Consegui estacionar meu carro com facilidade e entrei na fila, à porta do consulado norte-americano. Após três horas de conversas com um companheiro de espera, um professor universitário ... Conversa vai e conversa vem, fiquei sabendo que ele tinha uma irmã que morava na minha comarca. Tinha o mesmo nome da minha esposa e trabalhava num órgão publico defronte ao fórum!

Não tive dúvida, deixei o meu passaporte e o de minha esposa com o jovem professor para que ele pegasse os vistos para mim e enviasse-me os documentos pela irmã dele, que eu pegaria com ela. 

Dito e feito. Dias após ela telefonou-me. Fui à sua casa e recebi os passaportes com visto e tudo mais em ordem.

Como já era tarde e eu teria mais de trezentos quilômetros de estrada, resolvi pernoitar no Rio e escolhi ficar defronte uma linda praia para os lados da Barra da Tijuca. Instalei-me num hotel e indaguei a respeito de algum restaurante onde pudesse encontrar peixe. Indicaram-me.

Era um de comida baiana e lá entrei. Salão grande e uma lauta mesa de saborosas comidas típicas e uma baiana ao centro ajudando a servir!

Ao chegar perto e ouvi-la, toda vestida à caráter, eu lhe disse que ela estava com um sotaque muito mineiro para que fosse baiana!

Pois não é que ela me respondeu, encarando-me com os olhos esbugalhados, retomando o fôlego que havia perdido quando ouviu-me, toda espantada e como que querendo chorar:

 “EU SOU MINEIRA MESMO!
E O SENHOR ... O SENHOR... O SENHOR É O JUIZ! O JUIZ DO MEU FILHO! 
O JUIZ QUE ENCONTRO MEU FILHO!

E não sabia mais o que fazer. Deixou seu trabalho. Levou-me a uma mesa. Arrumou-a novamente com capricho. Chamou os colegas do restaurante, apresentou-me e lhes pediu para que me servissem o que tivesse de melhor, na conta dela, porque eu era um convidado especial dela! E ficou ali fazendo sala para mim, conversando, exuberante de alegria.

Quando cheguei na minha cidade e contei o caso para o Promotor e para o pessoal do cartório, que tinha presenciado a história do menino perdido, ficaram espantados.

E eu entendi tudo aquilo, o caso do menino e o conhecimento de sua mãe entremeado com os vistos dos passaportes, como um carinho especial que me era feito por Alguém lá de Cima que gostava e gosta muito de mim! Um presente do Céu!