PENITÊNCIA NOVA E ANTIGA
Nestes tempos não se evidencia o valor da penitência. Pelo contrário, freqüentemente ela é contestada como obscura herança dos séculos passados.
O que está em relevo nesta época é o amor.
Porque Deus é amor.
Hoje, a conversão das almas começa muitas vezes com o acreditar no amor.
E quando isto acontece, irrompe um fluxo de vida nova. A fé no amor de Deus abre os olhos para ver homens, coisas e circunstâncias como manifestações deste amor, apresentando ao mesmo tempo sua luminosa explicação.
Então não é difícil, aliás pode ser até impossível deixar de responder a este amor, ao que ele pede, àquilo que ele deseja; e os mandamentos de Deus se tomam meios à nossa disposição para correspondermos com o amor ao amor.
E ainda mais, a alma percebe inconsciente-mente que a dor é algo sagrado que não se deve rejeitar, mas acolher e até mesmo desejar. Porque ela descobre que foi com a dor que Deus nos demonstrou seu amor. E é com a dor, com a renúncia, com a morte do eu, que nós podemos retribui-lo. Reaparece então, por outro caminho, a necessidade da penitência.
Que protestem, que invertam a ordem das coisas, que pretendam permissões novas, absurdas e ilícitas, que operem uma salutar renovação, porém uma coisa é certa: enquanto quisermos permanecer cristãos, duas realidades deveremos reconhecer: que Deus é Amor e amor crucificado.
Chiara Lubich